A maior virtude do ser humano é a sua
capacidade de se autorregenerar. O corpo fá-lo facilmente, a mente não. Todos
os dias, o nosso corpo combate agressões externas. No entanto, as feridas que
permanecem invisíveis perante os olhos dos outros não se cicatrizam facilmente
e tão depressa infelizmente. A deceção enrijece o coração e, geralmente,
torna-nos mais ásperos, caprichosos e até egoístas. Vale a pena lutar? Sim!
Acreditar na bondade genuína e sinceridade das
pessoas é cada vez mais difícil. Enquanto há vida, há esperança... dizem.
A resiliência não é uma qualidade intrínseca,
adquirida à nascença; essa desenvolve-se, alimenta-se ao longo da nossa vida.
Só após uma enorme ou inúmeras deceções, aprendemos a ser autossuficientes. E o
amor? Onde se encontra a célebre alma gémea? Não sei! Confesso.
A solidão, pelo menos, nunca nos abandona ou
trai. Quem aprecia a sua própria companhia, não se contenta com sombras. Ainda há
amor? Há! Muito amor centrado na própria existência.
A vida começa a dois e deveria terminar assim.
Deveria. Por outro lado, outros sujeitam-se a tudo em prol de uma felicidade
moribunda ou falaciosa. Poucos ousam reconhecer o fracasso como seu. Errar!
Quem? Eu? Quantas derrotas tive eu de testemunhar para, mais tarde, abraçar a
vitória? Quem se satisfaz com pouco, nunca será muito (em nada). Contudo, é
fulcral avaliar bem o que / quem se tem, antes de partir numa nova jornada. A
felicidade implica sensatez e amor-próprio q.b.
A condescendência exacerbada enfraquece a nobreza
do ser que a carrega. Viver implica, assim, sapiência que muitas vezes advém do
conhecimento empírico. Ama-te ou aniquila-te de uma só vez. Quem não se ama,
não merece a vida que lhe foi conferida.
Aqueles seres que romperam corações outrora ingénuos mereciam uma pena num ergástulo, cárcere. A vida teria muito mais encanto se as pessoas soubessem amar, valorizar o que é benéfico.
Nelson
José Ponte Rodrigues
20-02-2017
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