Afinal, onde está o meu grande amor? É uma
pergunta recorrente. A dependência, num sentido lato, foi, é e sempre será um
forte impeditivo da felicidade plena. As pessoas devem estar com quem querem e
quando querem. Tudo o que é forçado geralmente colapsa ou sucumbe. Sós os
filhos e os pais são obrigações... E mesmo assim, por vezes, familiares tão
próximos tornam-se em autênticos estranhos. O desenlace das relações humanas ao
longo da vida é um tema complexo e bastante imprevisível. Tudo o resto deve ser
feito caso os intervenientes o queiram verdadeiramente. Fazer algo só para agradar.
É fulcral evitar isso a todo o custo.
Na naturalidade habita a verdadeira
beleza. Os amantes da felicidade geralmente encontram-na no seu próprio eu. Não
é preciso ter algo ou alguém para ser feliz. A felicidade deve começar dentro
de nós. O mundo exterior só a deve complementar.
Onde está esse grande amor dos contos de
fadas? Quem aprende a amar-se e se aceita como é, encontra nele o amor que
poucos ousam saborear. Para me encontrar, tive de me perder, afastar-me dos
vícios, das convenções sociais. É esse o único trajeto. A solidão assusta
muitos. Contudo, posso estar sozinho, mas não me sentir só. A dependência
emocional enfraquece a carne, perturbando ainda mais a mente e o espírito. O
amor perfeito, que muitos idealizam, não existe. Nada na condição humana é
eternamente perfeito. A maior qualidade humana é o seu poder de adaptação, de
regeneração.
Nélson José Ponte Rodrigues
29-07-2017
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